Sobre ser mãe de anjo e arco-íris

Como já sabem, o arco-íris se forma depois da tempestade.
Levando essa interpretação aos bebês, eles nascem após o falecimento de seu irmão (a).
Após aquela tristeza profunda de não ter mais seu bebê presente fisicamente, esses bebês veem trazendo a esperança e felicidade  para sua família...
Mas ser mãe de anjo não é só tristeza!
Quando eu leio alguns textos sobre os bebês arco-íris, na maioria das vezes, exalta o sofrimento de ser mãe de anjo...
Realmente, é horrível, é uma dor imensurável, literalmente uma parte de mim se foi quando a Maria Alice faleceu e que eu creio essa dor estará sempre presente em minha vida.
Mas ser mãe da Maria Alice não é só sofrimento pra mim! Ao contrário! É sinônimo de muito amor!
Foi ela que me escolheu pra ser sua morada por 38 semanas e 3 dias;
Foi ela que eu senti mexer pela primeira vez em meu ventre;
Foi ela que eu amamentei, e por ela eu tirava feito louca o leite do outro seio que ela não mamava e dava na chuquinha;
Foi ela que eu vi sorrir pela primeira vez (mesmo que fosse reflexo rs);
Foi ela quem eu vestia feito bonequinha;
Foi ela quem eu dei todos os banhos após a saída do hospital;
Foi ela que eu levei pra tomar vacinas e fazer exames;
Foi ela que me trouxe esse amor sem tamanho;
Foi ela que me FEZ MÃE!
E num dia, de repente, sem muito aviso de que estava indo... ela partiu!
E aí sim veio a tristeza profunda, que com ajuda profissional eu consigo lidar melhor hoje.
Se ainda sofro? Todos os dias quando acordo até me deitar lamento por ela não estar aqui.
E é inevitável não imaginar como seria com ela aqui!
Mas aí me recomponho, penso na evolução do ser dela e agradeço a Deus por ser mãe desse ser tão maravilhoso e por tudo que eu aprendi e venho aprendendo com tudo isso.
O bebê arco-íris veio com esse propósito de trazer alegria após a tristeza, felicidade após o sofrimento, e amor com amor!
Porque o amor não se divide, só multiplica!
E se esse bebê me escolheu como morada, que venha só para eu dar todo o amor que ele merece e poder fazer coisas que eu não fiz com a irmã dele.
E eu faço questão de fazer a Maria Alice sempre presente em nossas vidas, com fotos, lembranças... e quando ele crescer vai saber que tem um anjinho lá no céu que sempre olha pela gente e que um dia iremos nos reencontrar na certeza da vida eterna.

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